domingo, 6 de maio de 2007

Virado à Paulista

As ruas onde sempre comi meu tutu de feijão e bisteca receberam, nesse final de semana, inúmeras atrações que fizeram parte da Virada Cultural 2007!
Previamente feito o meu roteiro, com algumas desistências por parte dos colegas de última hora, cheguei atrasada ao centro..a culpa é da minha irmã, que me fez a ingrata sugestão de esperar o ônibus no meio do caminho entre duas possibilidades de pontos que há na minha rua. Resultado: enquanto corria inútilmente atrás de um, o outro subia em sentido oposto. Perdi ambos, e tive que fazer um terceiro caminho alternativo.
Primeira parada: O Teatro Mágico ("Só enquanto eu respirar/ vou me lembrar de você").
Respirar? Mas coooomooo, se eu mal conseguia me mover. Assisti ao show pelo telão, mas me diverti. Muita, mas muita gente até onde não se enxergava mais. Local inapropriado para realização de um show, uma ladeira íngreme, o que dificultava ainda mais a minha respiração.
Apenas 4 músicas e fim! Leve frustração e fome. Melhor irmos comer.
No caminho de volta, um grito: "AEEE, Unesp Bauru"! Uma fila de gente, arquitetos, em seus narizes de palhaço, nos reconheceram em meio à multidão. Como é possível, é pior que praga! Vejo unespianos em todos os lugares, até parece que estou em Bauru (um suspiro de saudade, um filminho breve na cabeça...e vamos lá!).
A primeira leva da turma resolve ir embora, eu sigo para a praça da Sé, onde encontrarei o Bravo e Lucas (o irmão).
Próxima parada: Nação Zumbi, 00:00. ("Andando por entre os becos/ Andando em coletivos/ Ninguém foge ao cheiro sujo/ Da lama da Manguetown")
Só faltava ser num cemitério pra ficar mais sinistro. Mas nem precisou: estava medonho o local, as pessoas, tudo!
Nem assistimos ao show direito, era impossível, local mais esmagatório que o boulevard São João, onde foi o show do TM. E a galera consumidora daquele vinho de qualidade começou a passar mal. Mas, para aqueles que estavam com medo de ir, apesar de sinistro, nada aconteceu. O máximo foi um babaca linchado por tacar umas coisas, de cima da estátua do Pe Anchieta, em um cara muito grande! Apanhou, e eu ri!
Seguimos para a terceira parada: Ed Motta, de volta ao Anhagabaú, mas, dessa vez, bem menos gente. ("Cidade nua/ Faz serenata/ Beijo na boca, vira-lata, de lixo").
Assistimos um pouco, reconhecemos umas duas músicas que tocaram na novela das sete, segundo meu companheiro de Virada, encontramos mais unespianos, e decidimos ir ao Psytrance, na Rua Direita, e ao Tecno, na XV de Novembro.
Sobe e desce ladeira, mais pessoas bizarras, já são 3h da manhã. É surreal estar no centro lotado, em plena madrugada, ouvindo Psy na Rua Direita. A essa hora, Racionais MC's deveriam estar tocando na mesma Sé que, anteriormente, recebera Nação. Mas descubro hoje que os rappers atrasaram. E que houve muito tumulto e pancadaria. E que queimaram bancas de jornal e carros. E que o Suplicy culpou a polícia. E que, para a felicidade geral (minha e de meu pai), a essa hora, eu já me encontrava em casa.
Pós tecneira, seguimos pela Praça Patriarca, onde alguém pintava uma tela com temática religiosa. Eu, me guiando por um mapinha, levava broncas de Bravo e irmão, que insistiam em tentar rasgá-lo. Ao lado do Teatro Municipal, um homem enrolado em uma rede brigou com um catador de latinhas, que disse ser capoeirista faixa preta (??) e nos divertiu. Na grama do Vale do Anhangabaú, pessoas dormiam enroladas em cobertas, enquanto outros assistiam à uma apresentação de dança. A cidade não dava indícios de que pretendia dormir tão cedo, apesar de o dia já clarear.
Decidi seguir para o ponto, onde a mesma tática de esperar os ônibus no meio do caminho falha novamente. Uma hora de espera. Pato Fu, Zélia Duncan e outros que me desculpem. Virei a noite na Virada, mas agora eu quero me virar na minha cama.
PS. Obrigada pessoinhas que me acompanharam na jornada, mesmo que rapidamente: Alan, Fabiano, Flávia e Talita...

3 comentários:

Diego Maia disse...

Hahaha, genial o nome do post!
E depois diz que não sabe dar título para texto! Tsc.

m. disse...

hahahahahahahahaha ri em várias partes, mas o melhor é a parte (várias, na verdade) dos unespianos de bauru! meu, q c*! é mais onipresente q Jesus e torcedor do Cuuuurintia! pqp!

bjos
amo vc pra sempre
=****

Bravo disse...

Virada cultural é uma coisa que se torna legal de tão estranha que é!!!