domingo, 10 de abril de 2011

Em boca fechada não entra mosquito

Na última semana, comecei 19 posts diferentes e não consegui terminá-los. Não é por falta de vontade de escrever, mas, na metade deles, batia uma insegurança de que não estava tão legal, ou de que estava deprimente, ou de que estava falso demais, ou de que não dizia nada de útil.

Não que eu ache que meu blog tenha alguma função específica. Eu já nem divulgo o mesmo por achá-lo muito meu. Compartilho apenas com pessoas mais próximas, e olhe lá. É que a minha vida já é um livro aberto. Aliás, sofro muito por causa disso.

Dias desses lembrei de um tio meu já falecido, chamado de Tio Tato. Mais velho por parte de mãe, era alcoólatra e tímido, mas um tanto quanto inteligente. Desenhista projetista, lembro-me bem, já quase aposentado quando nasci. Tal isolamento o restringia ao mundinho particular do seu quarto, onde tinha o que lhe era necessário: sua prancha de desenhos, sua coleção de isqueiros, seus filmes e suas pingas.

Solteiro, morava com a minha avó perto de casa. Passava horas com ele quando ia visitá-lo. Comigo, ele conversava, resmungava e me ensinava a desenhar. Dizia à minha mãe que gostava muito de mim, pois eu era quieta e não comentava com ninguém sobre o que ele me falava.

Engraçado ver que a Adriana de hoje é totalmente o oposto, falando às vezes até demais e o que não deveria. Não à respeito do que os outros me contam, claro. Mas sobre mim. O que penso, o que sinto, o que acho e o que quero.

Exemplo clássico é o amor. Não sei fazer joguinhos. Se tenho vontade de ligar, ligo. Se tenho vontade de falar, falo. Se quero, vou atrás. Mesmo quando o mundo diz que é para eu esperar.

Estou aprendendo a ficar mais na minha. Não ligo. Não falo. Não vou. Mesmo querendo. Na vida amorosa, profissional ou pessoal. O nome disso? Espero ser maturidade. Tenho somente 27 anos, mas acho que estou crescendo.

Acho que meu tio voltaria a sentir orgulho de mim.

1 comentários:

Douglas Picchetti disse...

Eu curti. Também não gosto de divulgar o meu... Mas a gente "se lê", né? Um beijão, com saudades