domingo, 21 de março de 2010

#Senna50

Hoje é dia de aniversário de Ayrton Senna, data em que, se estivesse vivo, completaria 50 anos. Pois bem. Aproveito para contar uma história que poucos sabem: eu era fã dele. Sinceramente, não me lembro bem o porquê, já que não sou uma pessoa aficcionada por Fórmula 1.

Tudo começou no dia de sua morte, em 1 de maio de 1994, pouco mais de 15 anos atrás. Eu, aos 10 anos de idade, ao saber do acontecido, chorei. E mais que isso: esperei meu pai chegar do trabalho e pedi que me levasse à Assembleia Legislativa, local onde acontecia o velório, realizado três dias após sua morte. Em meu rosto, uma faixa verde e outra amarela de guache coloriam minhas bochechas gordas.

Ao chegar lá, uma fila quilométrica rodeava os quarteirões próximo ao prédio, pertinho ali do Parque Ibirapuera. Eu e minha irmã, de mãos dadas, olhávamos aquilo desesperançosas. Fomos nos aproximando ali da entrada, sem muito a fazer, até que minha mãe decidiu apelar para um policial, contando da minha vontade de entrar lá e me despedir do ídolo. E não é que ele nos deixou passar por baixo da fita de segurança, fingindo que não viu, mesmo ao som das vaias?

Foram os 10 segundos mais esquisitos da minha vida. 10 segundos foi o tempo de entrar por uma porta e sair pela outra, enquanto eu via um caixão lacrado e minha mãe procurava rostos famosos na multidão. Fim. Eu, minha bandeira do Brasil e minhas bochechas verdes-e-amarelas saímos de volta para casa.

Para quem pensa que minha saga de fã estava ali terminada, enganou-se. Meses mais tarde, quando eu completava 11 anos, pedi de presente de aniversário uma visita ao túmulo do Senna. Tem meninas que preferem bonecas. Eu, optei por uma ida ao Cemitério do Morumbi.

Hoje, tenho uma relação de trabalho com o Instituto Ayrton Senna. Ídolos no esporte, não tenho mais. Ou o esporte mudou, ou realmente não sou mais a menininha sentimental de sempre.

De qualquer modo, foi um dia de emoção rever as imagens e a musiquinha de me alegrava, 15 anos atrás, aos domingos.

E para quem também é fã: http://www.senna50.com.br/

2 comentários:

Prazer, Lucas! disse...

É incrível como todo mundo que eu converso sobre a morte do Senna lembra exatamente o que estava fazendo e onde estava na hora que tudo aconteceu. No seu caso você vai além disso, imagino sua família levando uma menina de 10 anos para um enterro em meio a multidão, uhehuehueuh ... talvez agora seja a hora de um novo ídolo, quem sabe um vivo =) ?!

Beijos, curti o post !!

Aguardo o próximo

Douglas Picchetti disse...

Post genial! Eu não era fã, mas também lembro do exato momento. Estávamos assistindo TV: eu, Yara e Mauricio, quando deram a notícia. Minha mãe veio desesperada da cozinha com luvas de lavar a louça. Eu era muito novinho e não entendi direito o motivo de tanto rebuliço. A musiquinha dele é sensação até hoje, como no julgamento da menina Isabella, 2 anos após a sua morte. Beijos!